Um jogo que representa muito para todos nós e sobretudo a Equipa, começa por afirmar o “Coach”. «Representa muito para todo o Povo Angolano, que anseia há muitos anos ver Angola nestes patamares desportivos, enfatizou Pedro Gonçalves na conferência de imprensa pré-jogo, ao início da tarde desta quinta-feira (01).
«Para nós é uma grande oportunidade poder estar diante da Nigéria, um colosso africano e seu digno representante no futebol mundial, por todas as participações que já teve em campeonatos do mundo».
«Quem aqui chegou não tem nada a temer. Quem aqui chegou tem que sentir um orgulho imenso de todo o percurso que fez, de ter passado por situações minimamente próprias do alto rendimento desportivo, mas que nunca nos tiraram o foco e nunca desviaram do caminho que queríamos seguir», argumentou Pedro Gonçalves.
«De facto, vamos jogar com uma selecção extremamente poderosa, mas olhamos para esse jogo com uma perspectiva de oportunidade; uma oportunidade que foi conquistada com muito trabalho, muito suor, muita resiliência, muito foco e muita determinação, em especial dos jogadores, mas também de todo o staff, em especial de toda a minha equipa técnica, que sempre foi duma determinação e dum empenho inexcedíveis, sublinhou o seleccionador».
«Olhamos (para o jogo) como uma oportunidade para dar sustentabilidade ao nosso projecto».
«Respeitamos a Nigéria por toda a aposta que fez no futebol africano, até agora. De facto, a Nigéria é uma potência com grandes jogadores nas melhores ligas nacionais, com cinco ou seis deles na Premier League no seu primeiro onze, outros dois no Calcio, um dos quais eu votei para melhor jogador do mundo no ano findo, Victor Osimhen (Nápoles), e o outro é Ademola Lookman (Atalanta), um grande jogador que conheci quando eu ainda trabalhava no Sporting e ele foi extraordinário em Alvalade, com o Atalanta e a jogar para a Liga Europa. Acho que eles conseguiram a melhor formação e estratégia que podiam com este plantel para ser competitivos neste CAN. No começo eles jogavam em 4x3x3 e, a partir do segundo jogo, em 3x4x3, muito solidamente com três centrais, mais dois alas com muita capacidade física e fisiológica a fazer o vai-vem, Aina e Zaidu, que eu conheço porque jogou no Porto; um meio-campo muito pendular e uma linha dianteira com Moses, Osimhen e Lookman, portanto, uma equipa poderosa, mas também com alguns pontos fracos que iremos explorar para criar dificuldades ao nosso opositor. Veremos, mas é definitivamente uma grande oportunidade para nós, uma oportunidade na vida».
«Estamos muito orgulhosos com o que conseguimos até aqui, a este nível, mas esse orgulho também nos traz uma responsabilidade que nos motiva muito mais para esse jogo. Toda a nossa força e todos as probabilidades vão estar em campo com milhões e milhões de angolanos junto», antevê o técnico.
«Quando preparamos uma estratégia de jogo preparamos diferentes cenários. Nós temos que ser competentes em diferentes cenários, algo que fomos mostrando ao longo do tempo, por exemplo, ao nível da flexibilidade táctica; esta equipa já provou que consegue interpretar bem as diferentes estruturas de jogo, portanto, isso é algo que nos caracteriza, algo que é um input aso nosso jogo, que demorou muito tempo até chegarmos aqui, nunca é algo absolutamente fechado, tem sempre todos os dias, todos os jogos, todos os treinos algo a desenvolver, para além duma quantidade de sessões de vídeo, de análise, de reuniões individuais e de sectores que nós promovemos, portanto, há muito trabalho de rectaguarda para que os jogadores se sintam confortáveis nas missões que nós propomos».
«(Nigéria x Angola) Vai ser um jogo no qual vamos rivalizar e que espero, obviamente, levar de vencido, mas não nos situando apenas neste ou naquele jogador; nós somos um bloco, que até aqui tem tido algumas baixas e em algum momento nos ouviram queixar das baixas que tivemos. Portanto, temos é que encontrar soluções e acreditar que as nossas soluções, com a confiança que toda a equipa transmite, se vão superar e, no fundo, dar o seu melhor em prol do futebol e de Angola», vaticina o seleccionador Pedro Gonçalves.
E que haja Show! «De certeza que será um jogo muito difícil para as duas equipas», vai antevendo Manuel Cafumana “Show”, um dos capitães e médio-defensivo dos Palancas Negras.«Até aqui já temos as lições estudadas, com o trabalho que nós temos feito. Muito antes deste CAN já estávamos com este treinador e temos trabalhado muito bem, com muita dedicação, o que tem sido trabalho árduo e de longo prazo. A motivação em vencer à Nigéria passa muito pelo orgulho que temos pelo nosso país», declara Manuel Cafumana “Show”, que homenageia o seu avô-xará, antigo jogador como ele, mantendo a herança do pseudónimo desportivo, que passava de avô para neto e que este orgulhosamente conserva: “Show”.