O 74º Congresso da FIFA aconteceu em Bangkok, Tailândia, de 13 a 17 de maio de 2024. Foi a primeira vez que tal aconteceu no Sudeste asiático, reunindo as 211 Associações-Membros da organização.
O Brasil foi nomeado sede da Copa do Mundo Feminina da FIFA 2027, pela primeira vez na América do Sul. A votação aberta para sediar a décima edição do torneio deu-lhe 119 votos, enquanto a candidatura conjunta de Bélgica, Holanda e Alemanha recebeu somente 78.
E o Congresso da FIFA tomou uma posição unida para erradicar o racismo. O presidente da FIFA, Gianni Infantino, anunciou um programa robusto anti-racismo baseado em cinco “pilares” que será aplicado em todas as 211 Associações-Membros da FIFA, dizendo no 74º Congresso da FIFA o seguinte:
– “Precisamos de nos levantar e lutar contra o racismo. E derrotar o racismo todos juntos.” Os delegados do Congresso da FIFA levantaram-se em uníssono e aplaudiram depois de ouvirem Infantino falar apaixonadamente sobre a necessidade de uma frente unida.
“O racismo é algo terrível. É um flagelo que existe na nossa sociedade. E é também aquele que está infiltrado no futebol. Durante muito tempo não fomos capazes de lidar com isso de forma adequada”, disse Infantino.
“Não podemos mais aceitar o que está a acontecer nos estádios, o que está a acontecer em campo, nem aqueles que ainda acreditam no mundo – em qualquer lugar do mundo – que ainda podem comportar-se de forma racista quando lidam com o futebol, quando assistem a um jogo de futebol, quando estão a jogar.
“Aqueles que (ainda) acreditarem nisso devem saber que não os queremos – não os queremos! Eles têm que sair, têm que sair! Não precisam de fazer parte da nossa comunidade, não precisam de fazer parte do futebol.”
O Presidente da FIFA, Gianni Infantino, disse que “a cor da camisa” é a única coisa que importa.
As lendas da FIFA Emmanuel Adebayor e Iván Córdoba, a jogadora da seleção feminina dos Estados Unidos Mia Fishel, a internacional tailandesa Kanjana Sungngoen e o vencedor da Copa do Mundo FIFA 2018 e lenda da FIFA Blaise Matuidi subiram ao palco, cada um explicando um dos princípios ou pilares desta nova iniciativa abrangente para dar um “tackle” ao racismo.
Existem as seguintes cinco áreas de ação:
– o racismo deve ser considerado um delito específico, com inclusão obrigatória nos Códigos Disciplinares individuais de todas as 211 Associações-Membros da FIFA, e receber sanções específicas e severas, como desistências de jogos;
– a introdução de um gesto padrão global para os jogadores comunicarem incidentes racistas e para os árbitros sinalizarem a implementação do procedimento de três etapas para interromper, suspender e, em última análise, abandonar os jogos;
– um impulso para que o racismo seja reconhecido como crime em todos os países do mundo e para punições apropriadas;
– a promoção de iniciativas educativas em conjunto com as escolas e governos;
– e a criação de um novo Painel Anti-Racismo de Jogadores composto por ex-jogadores, que irá monitorar e aconselhar sobre a implementação destas acções em todo o mundo.
Os delegados assistiram a um vídeo com vários jogadores e ex-jogadores de destaque e figuras do futebol, como o ex-árbitro da final da Copa do Mundo da FIFA™ e presidente do Comité de Árbitros da FIFA, Pierluigi Collina, a vencedora da Copa do Mundo Feminina da FIFA™, Briana Scurry, a Chefe do Departamento Global da FIFA Football Development e ex-técnico do Arsenal FC, Arsène Wenger, e o capitão da seleção masculina da Inglaterra, Harry Kane. No vídeo eles fazem o gesto de braços cruzados que está a ser proposto globalmente para sinalizar incidentes racistas durante os jogos.
O presidente Infantino disse que tem contactado jogadores de todo o mundo para solicitar as suas opiniões, conselhos e experiências na elaboração da nova estratégia.
A Federação Angolana de Futebol (FAF) tomou assento neste 74º Congresso da FIFA, estando representada pelo Presidente da Direcção, Artur de Almeida e Silva; o Vice-Presidente para a Administração e Finanças, Paulo Neto; e o Secretário-Geral, Rui Costa.