CAN’2023: ANGOLA SEGUE EM FRENTE

«Estamos muito satisfeitos, evidentemente», começou por confessar o seleccionador, Pedro Gonçalves. «Tem sido uma jornada que já vai longa, fantástica, com tudo aquilo que são os condimentos do desporto, saber passar por dificuldades, manter a resiliência e o foco, ouvir muita crítica – às vezes consideramos muitas críticas injustas mesmo para quem passou o que passou e não se estar a fazer jus a todo o esforço – e agora vemos compensado esse esforço. Portanto, os meus parabéns para os meus jogadores, parabéns para a minha equipa técnica que tem sido de um zelo e de um compromisso inexcedível, para bens a todo o staff por todo o esforço que sempre se fez, e fico muito satisfeito também porque sei que em Angola muita gente esta a celebrar e está feliz, mesmo às vezes não tendo o prato na mesa para comer, mas hoje vão estar com a barriga cheia de felizes, a descansar e a celebrar esta vitória de Angola. Bem-haja para todos eles e especialmente aqueles que nunca nos deixaram e sempre nos apoiaram.
 
«O carácter dos jogos agora atinge uma outra expressão porque são jogos do tudo ou nada, e portanto, na verdade, nenhuma tem nada a perder, tem tudo a ganhar, de maneira que temos que estar muito concentrados, muito atentos; no caso, nós desenhámos um plano de jogo, perspectivámos aquilo que seria a ideia da Namíbia e que não fugiu nada do que nós perspectivámos, mas de facto, às vezes, no melhor pano cai a nódoa e ter uma falha comprometedora esteve na origem da situação que deu o cartão vermelho. Claro que foi uma situação tremenda perto, ainda, dos 20 minutos, ter de fazer uma alteração, entrar com um dos guarda-redes suplentes, e um livre perigosíssimo. Portanto, foi um momento de alta tensão, mas temos que ser serenos e foi isso que procurámos, serenar, traçar uma ideia e uma disposição táctica, cada qual com as suas missões e mantermos o foco. É evidente que a Namíbia aí teve a superioridade, mas nós nunca nos remetemos completamente à defesa, procurámos ter sempre que sair e nessas circunstâncias acabámos também por conseguir criar dificuldades à Namíbia, e acho que com todo o mérito chegámos à vantagem. A partir, também, da expulsão na Namíbia, obviamente, o jogo ficou mais repartido, ganhou também mais velocidade, mais espaço – 10 para 10 ainda na primeira parte – e depois isto entrou também numa montanha de emoções e foi preciso manter o foco em toda a gente, e aí também dou os parabéns aos jogadores, que conseguiram manter a serenidade mesmo nos momentos mais difíceis.
 
«Não me preocupa mais o sector defensivo do que preocupam os outros sectores; preocupa-me que a equipa funcione toda ela, percebendo bem que acções e que funções cada jogador tem que executar nos diferentes momentos do jogo porque todos defendem; começar a defender no avançado, no ponta-de-lança, e que termina no guarda-redes. E começa-se a atacar no guarda-redes e termina no ponta-de-lança. Portanto é um processo colectivo e (a defesa) não é propriamente e apenas de um só sector.
 
«(A seguir) não tenho preferências nenhumas, aliás, o próprio torneio evidencia que se começarmos a fazer muitas ideias e a preferir jogar com este ou aquele ainda podemos ser surpreendidos, portanto, vamos observar, analisar bem o jogo, preparar bem o jogo, acreditando obviamente que mais uma vez vai ser extremamente exigente, mas contem connosco para, mais uma vez, um jogo em que vamos dar tudo dentro do campo», concluiu o técnico, Pedro Gonçalves, sobre a vitória contra a Namíbia (3-0: Gelson Dala, Gelson Dala e Mabululu) e o próximo jogo de quartos-de-final, no dia 2 de fevereiro, contra a Nigéria, em Abidjan, no Estádio Félix Houphouet Boigny.