CAN’2023: O JOGO MAIS IMPORTANTE DOS ÚLTIMOS 14 ANOS

Assim considera o seleccionador de Angola, professor Pedro Gonçalves, ao recordar um histórico por vezes apagado da memória. Numa série que já leva 22 jogos, os Palancas Negras apenas duas vezes sofreram a derrota.
 
E agora vão numa série de duas vitórias seguidas, além de marcar cinco golos em dois jogos, factores indicativos da chegada a um novo patamar do seu trabalho, feito de ciclos nem sempre conseguidos nas condições ideiais constantes, mas continuando com processos que estão a surtir efeitos que se querem duradouros para manter o poder competitivo acabado de alcançar.
 
Para o seleccionador, «é um orgulho poder estar nesta fase; é uma meta estabelecida, felizmente concretizada com inteiro mérito, e como se trata dum processo desportivo, após uma meta segue-se outra e outro novo objectivo por alcançar, que é o caso do jogo com os Bravos Guerreiros da Namibia, classificada com inteiro mérito e, portanto, trata-se de um jogo que exige de nós a máxima concentração, a máxima atitude, mas, para quem já fez um percurso histórico, há que reforçar a energia porque queremos continuar no nosso caminho. «Será o jogo mais importante para Angola nos últimos 14 anos e exige de nós o máximo empenho, a máxima atitude e será o que vamos encontrar na nossa equipa» – sentenciou o seleccionador.
 
«Há 14 anos atrás, Angola disputou os 1/4 final, num formato diferente, quando o futebol africano também era muito diferente, e muito evoluiu desde 2010, para 2024, no equilíbrio das selecções. Hoje em dia, o mapa africano é completamente diferente e para melhor, felizmente, e por isso vai ser um jogo extremamente importante, para todos em Angola e fora dela que estão focados e determinados em investir, aliás, onde há uma comunidade angolana no mundo vamos sentindo e recebendo esses inputs de todos e, portanto, estamos cientes da reponsabilidade», reconhece o treinador dos Palancas Negras.
 
«Do ponto de vista da ansiedade, o que procuramos sempre é transformar a ansiedade em foco, em motivação, em preparação para aquilo que será a exigência do jogo. Portanto, da nossa parte é isso que ainda temos que trabalhar, e não me passa pela cabeça que todos estes jogadores, que mostraram uma determinação em aqui estar, agora, numa altura destas, possam pensar de uma outra maneira», afirma o técnico.
 
«Sentimos que estamos cada vez mais consistentes, no nosso percurso dos últimos 22 jogos, em que temos duas derrotas, o que revela bem o que tem sido a nossa consistência. Temos melhorado de processos, quando temos a oportunidade de ficar mais tempo juntos e fazemos ciclos de “jogo, preparação, jogo, preparação”, e vamos sempre melhorando o processo, de maneira que sinto que estamos uma selecção cada vez mais consistente, sabendo cada vez melhor as nossas características e o que é que podemos explorar, melhorando aspectos que também sabemos que temos que nelhorar, e não interpreto que isso nos torne favoritos, até porque temos que perceber os sinais e estes são de que esta CAN está a ser paradigmática; quem se considerava ser favorito, ou passou mal ou ja está eliminado.
 
«Podemos considerar que o Senegal e o Marrocos são selecções favoritas e que cumpriram, mas outros há dentro do lote dos favoritos e que passaram reais dificuldades, portanto, aqui não se trata de favoritos, mas de provar ser competente e prová-lo dentro do campo.
 
E é isso que é sempre passado aos jogadores e não vai ser diferente na postura, com pés assentes no chão e trabalho árduo se queremos superar o adversário. Hoje é a Namibia, que merece todo o nosso respeito, e é com ela que vamos trabalhar para superar este adversário», finalizou Pedro Gonçalves. Para Zine «neste momento, o mais importante para nós é estarmos focados. Temos conversado muito entre os jogadores e estamos confiantes no que queremos fazer. Estamos a jogar de três em três dias e o mais importante é recuperar bem para estarmos preparados».
 
A ficha clínica da equipa está limpa. E o ONZE dos Palancas Negras está preparado para o desafio, primeiro dos 1/8 de Final da CAN Côte d’Ivoire’2023, a disputar-se a partir das 18 horas de Angola, no Estádio da Paz, de Bouaké.